A Sinfonia n.º 6 em Dó Maior, D. 589, de Schubert, foi terminada em 1818. A sua primeira execução pública, porém, ocorreu apenas dez anos depois, no ano da morte do compositor. É conhecida como Pequena Dó Maior para a distinguir da Sinfonia n.º9, na mesma tonalidade. É uma obra que tem desconcertado pela tensão nela sempre presente entre a férrea estrutura clássica e um certo despreendimento risonho. A Viena de Schubert dividia-se entre Beethoven e Rossini.
Viena será também, décadas mais tarde, o centro fundamental da aventura de Dvoák. Foi na capital austríaca que começaram a ser editadas as suas obras. Em 1892 (já consagradíssimo autor de sinfonias, concertos e óperas), Dvoák foi convidado como professor pelo Conservatório de Nova Iorque. Permaneceu nos EUA até 1895 e este concerto para violoncelo é a última obra desse período americano. Só seria, no entanto, concluído em Praga e estreado em Londres em 1896 sob a direção do autor. A partitura segue a forma clássica de concerto, em três andamentos. São particularmente fascinantes os diálogos do solista com timbres isolados da orquestra (principalmente os instrumentos de sopro). Obra de grande arrobo, escrita no crepúsculo de um século e de uma vida, tem apaixonado todos os grandes violoncelistas.

Pavel GomziakovVioloncelo
Antonio PirolliDireção Musical
Orquestra Sinfónica PortuguesaInterpretação
Franz Schubert Sinfonia n.º 6 em Dó maior, D 589 Antonín Dvořák Concerto para violoncelo e orquestra em Si menor, Op. 104